Olá, meu nome é Fernanda. Estou aqui para compartilhar Amor e Esperança com vocês.
Há mais de 10 anos com a mesma ginecologista, anualmente fazia meus exames de rotina, a obstetra que fez o nascimento do meu filho, hoje com 13 anos.
Era fim de 2014, quando surgiu um nódulo na mama, fiquei apavorada, logo pensei que fosse algo grave, minha avó materna faleceu de câncer de mama há 40 anos atrás, enfim, fui direto para um laboratório fazer o checkup e não era nada mais que uma inflamação normal.
No fim de 2015, um ano depois, surgiu outro nódulo, características e sintomas idênticos ao de 2014, imagina o que eu pensei? Ah, de novo a inflamação.
Tentei passar em consulta, mas era fim de ano e todos os médicos só tinham agenda para 2016, depois das festas, como imaginei que fosse a mesma inflamação, viajei de férias e depois faria o checkup de sempre... mas durante os 20 dias de férias o nódulo aumentou barbaramente e ficou endurecido. Retornando a São Paulo, sem pressa... fui ao primeiro mastologista que encontrei com disponibilidade, pois eu queria já passar na minha ginecologista com os exames em mãos, para agilizar.
Nessa época, havia me separado, tinha acabado de voltar de férias, estava magra, bronzeada, trabalhando, filho, casa, carro, profissão, mas estava ‘apagada’, estava sem alegria, me perguntava, qual era meu problema?
Fiz primeiro um ultrassom, eis que começaram as surpresas, já deu um índice do tal BRADS, um parâmetro que sugere novos exames. Fiz a biópsia, claro que dei uma pesquisada na internet, para ver o que não poderia sair no resultado, gravei na minha mente que não poderia terminar em OMA. Mais uma surpresa ao retirar o resultado, vi bem grande CARCINOMA.
Liguei para minha amiga enfermeira, mandei print do exame e ela só me disse: “É Fê...”
Minha reação foi de não acreditar no diagnóstico. Eu, dentro do carro, olhava para o céu e dizia: Ah não Deus, como assim? E o Arthur? Ah não Deus, justo agora que tinha tomado decisões na minha vida, agora que eu resolvi viver feliz os 40 anos restantes da minha vida. Ah não Deus, como assim? Você sabe que quero morrer velhinha.
Mas não esmoreci, fui voando para o mastologista que disse que eu não ia morrer por causa desse nódulo. Ufa!!
Liguei urgente para minha ginecologista, que me encaixou na sua agenda e ficou de boca aberta, pois como eu disse, me acompanha há anos.
Enfim, o nódulo era agressivo e de crescimento rápido, me indicou para um amigo dela oncologista Dr, Arthur (xará do meu filho, sinal de sorte!), sai da médica pela primeira vez, com uma sensação que vinha da alma, uma sensação de gratidão, de como eu era abençoada. Que cada pessoa que estava em meu caminho me ajudando, era um dedo de Deus, me conduzindo para o melhor caminho.
Dia seguinte, em consulta com Dr.Arthur, que me acolheu e analisou meus exames detalhadamente, localizou e anotou cada nódulo, me encaminhou ao AC Camargo para um amigo dele responsável pela mastologia. Minha sensação? De novo, dedos de Deus me conduzindo.
Em Março, cheguei ao AC Camargo, recomeçaram a bateria de exames. Cada tumor tem características muito particulares, dizem que o Câncer tem nome e sobrenome, essa pesquisa do sobrenome é mais detalhada, para que a medicação seja a mais certeira possível.
Foi chocante, preencher fichas para os exames, onde eu tive que responder: Qual seu câncer? É paciente quimioterápico? Eu respondia e perguntava para mim mesma, eu? Paciente oncológico? Eu não.
Na minha primeira bateria de exames no ambiente de um “Câncer Center”, minha primeira vez vendo mulheres entrando para colocar o avental de exame e saindo sem roupa e sem cabelos, me senti como uma criança, perdida dos pais no meio do shopping.
Fui questionada sobre como uma Psicóloga podia estar frágil. Como se uma doença escolhesse profissão, como se médicos não pegassem gripe, ou mecânicos não tivesse seus carros com problemas.
Foi nessa espera, que conheci uma AMIGA, ela como paciente/advogada, estava assessorando todas as outras pacientes que estavam nessa espera. Essa AMIGA, não me lembro como e por que, mas trocamos telefones, e não me pergunte como, mas surgiu uma amizade de apoio e força, que segue até os dias de hoje, essa AMIGA ‘apressou’ o inicio do meu tratamento, me indicou meu SALVADOR, Dr. Flávio, meu oncologista. Mais um dedo de Deus para me conduzir a minha cura. SALVADOR pois esse médico me receitou mais do que medicamento, me deu apoio emocional.
Resumindo a trajetória, fiz quimioterapia, cirurgia, fisioterapia, radioterapia, mais cirurgia e mais fisioterapia. O câncer me curou, me resgatou. Tinha me perdido de mim, estava morta e não sabia... estava morta antes do câncer, sem brilho, não estava saudável emocionalmente, isso explicava a apatia que eu sentia.
Digo que quando cortei o cabelo careca, pois já começava a despencar em tufos, olhei no espelho, abri um sorriso e meu rosto brilhou, sabe quando dá aquele “uhuh“ por dentro? Foi o que eu senti, até respirei aliviada e disse: Ufa, tô curada, eu voltei!
Nesse dia, minha camiseta tinha o seguinte dizer: “AS PESSOAS BONITAS VESTEM-SE DE SI MESMA”
Esse foi o dia mais importante desde que tudo começou e terminou.
Tatuei ABENÇOADA pois a cada etapa eu sentia o quanto Deus conduz cada etapa da nossa vida.
Hoje atuo dentre outros trabalhos, em uma clínica de suporte, bem-estar e qualidade de vida a pacientes oncológicos por indicação do meu oncologista.
Essa é a minha história de superação. Aconteceu Comigo e Venci!!!
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